Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.uema.br/jspui/handle/123456789/1660
Título: Tessituras do narrar: as insubmissas vozes negras de Conceição Evaristo
Título(s) alternativo(s): Narration textures: the unsubmissive black voices of Conceição Evaristo
Autor(es): Cunha, Eronilde dos Santos
Data do documento: 2020
Editor: UEMA
Resumo: Enveredando pela literatura contemporânea brasileira, este trabalho busca refletir sobre a construção da personagem feminina negra, na obra Insubmissas lágrimas de mulheres (2011), da escritora Conceição Evaristo, na perspectiva da multiplicidade de vozes-mulheres que ecoam nos contos, como mecanismos de luta contra o racismo e o machismo latentes nas bases estruturais da sociedade e, consequentemente, da literatura nacional, resquícios de um sistema colonial e escravocrata ainda presente na contemporaneidade. Evaristo, conscientemente, elege linhas discursivas um tanto diferentes da hegemônica, tendo em vista realçar as diversidades culturais e vivências de promoção e empoderamento negro, além de recriar diferentes contextos de enunciação, contrapondo-se ao insistente silenciamento do povo negro. Fortalece, com isso, os mecanismos de legitimação e representação da literatura feminina negra, comumente considerada periférica e marginal. Este trabalho, portanto, tem como propósito analisar o protagonismo das personagens femininas em diferentes contos da obra estudada. Voltar-se para essas narrativas é uma tentativa de evidenciar as marcas da afrocentricidade presentes na construção do protagonismo negro, além de sinalizar as maneiras como essas personagens negras figuram no centro da cena. Para tanto, debruçou-se, especialmente, sobre as teorias da afrocentricidade, a partir das pesquisas de Molefi Kete Asante e Cheikh Anta Diop, visitando, ainda, questões da ficção contemporânea com as contribuições de Agamben (2009) e Schollhammer (2009), assim como o lugar de fala, a voz e a letra da mulher na literatura marginal periférica, na concepção de Regina Dalcastagnè (2012) e Djamila Ribeiro (2017), as proposições de Antonio Candido (2000) e Beth Brait (2017), com relação à personagem, e os conceitos de literatura negro-brasileira nos estudos de Cuti (2010). Dessa maneira, a pesquisa foi pautada no prisma da análise bibliográfica e analítica, apontando para profusas possibilidades de narrativas que recaem sobre a resistência e o protagonismo feminino negro, em um costurar de escrevivências, ou seja, em uma postura de insubmissão diante do “escrever, viver e se ver”, em um fazer literário, esteticamente negro, que vai amalgamando, simbolicamente, as relações entre memória, história e vivências que emanam da escrita evaristiana percebida ao longo do corpus narrativo analisado, numa literatura anunciada pela condição de mulher negra na sociedade brasileira
Palavras-chave: Literatura negro-feminina
Protagonismo negro
Afrocentricidade
Conceição Evaristo
Aparece nas coleções:Mestrado em Letras - CECEN - Dissertações

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
Dissertação - Eronilde S. Cunha - _1 - PDF-A.pdf812.63 kBAdobe PDFVisualizar/Abrir


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.