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https://repositorio.uema.br/jspui/handle/123456789/1761
Título: | Antagonismos entre territorialidades na Estrada de Ferro Carajás: águas, palmeiras-mães e os caminhos de resistência de uma comunidade à cobra de ferro na Baixada Maranhense |
Autor(es): | Seabra, Joana Emmerick |
Orientador: | Novaes, Jurandir Santos de |
Membro da Banca: | Brustolin, Cíndia |
Membro da Banca: | Marín, Rosa Elizabeth Acevedo |
Data do documento: | 2019 |
Editor: | Universidade Estadual do Maranhão |
Resumo: | Nesta dissertação reflito sobre os efeitos de megaprojetos de desenvolvimento desde os pontos de vista e narrativas de campesinos, povos e comunidades tradicionais imbricados nestas situações de conflito, mas que, não raro, são negados nestas imposições. Compreendendo estes conflitos como expressão de antagonismos entre territorialidades, focalizo a atenção nos embates ao redor da atuação do Estado e das estratégias corporativas da Vale S.A. na Estrada de Ferro Carajás (EFC). A problematização refere-se aos seus efeitos nas disputas dos territórios específicos (ALMEIDA, 2013), priorizando, neste sentido, os pontos de vista e narrativas da comunidade de Mutum II, Arari, Baixada Maranhense. O trabalho de campo envolveu análise e pesquisa etnográfica de documentos e relatórios públicos, em audiências públicas, reuniões, andanças e escuta das narrativas cartográficas e da memória coletiva da comunidade. A situação conjuntural da pesquisa, de embates pela antecipação da prorrogação contratual da Vale S.A. sobre a EFC em mais trinta anos, revelou a prevalência de uma luta de classificações (BORDIEU, 1989) e ameaça de “apagar do mapa” corpos e territórios não brancos. A partir da situação social em Mutum II, concluo como as estratégias corporativas da Vale S.A. desdobram-se em práticas de securitização do conflito social, ecológico e territorial mediante distintos modos de criminalização, vigilância, controle social e ambientalização do discurso empresarial que pressiona à reconfiguração de territórios e corpos políticos, dos modos próprios da comunidade de viver, se organizar e pensar a ecologia. Portanto, como contrapostos à violência sistemática vivenciada e às ameaças de extermínio, águas, mãe terra e Palmeiras-mães revelam caminhos de luta e resistência à cobra de ferro |
Resumo: | In this dissertation I reflect on the outcomes of development megaprojects from the perspective and narratives of peasants, peoples, and traditional communities. These groups, which find themselves implicated in conflict situations between the State's initiative and Vale S.A.'s corporate strategies for the Carajás Railroad (Estrada de Ferro Carajás - EFC), are often ignored within those conflicts brought upon them. Understanding these conflicts as expressions of antagonisms between territorialities, I place special emphasis on the effects over the disputes of specific territories (ALMEIDA, 2013) from the points of view and narratives of the Mutum II community, located in Arari at Baixada Maranhense. My fieldwork included ethnographic research, analysis of public documents, reports, public hearings, meetings, wanderings, listening to cartographic narratives, and to the community’s collective memory. The circumstances of the research, especially the clash deriving from the anticipation of the renewal of Vale SA's lease of the Carajás railroad for another 30 years, revealed what Bourdieu (1989) calls a “classification struggle”, which stigmatize non-white bodies and territories and threaten to “erase them from the map”. From the social situation in Mutum II, I conclude that the strategies of the main powers led to a securitization of social, territorial and ecological conflict, through different modes of criminalization, surveillance, and social control, while greenwashing a business discourse, all of which forced a reconfiguration of the political territories and bodies, the community’s own ways of living, self-organizing and ecological thinking. As opposed to the systematic violence and threats of extermination, waters, mother earth and motherly palm trees reveal paths of struggle and resistance to the iron snake. |
Palavras-chave: | Megaprojetos de desenvolvimento Territorialidades Estratégias corporativas Resistências Cartografia social Etnografia Estrada de Ferro Carajás Empresa Vale S.A. Comunidades tradicionais Comunidade Mutum II - Arari - MA Baixada Maranhense Conflito territorial Conflito social Conflito territorial Mutum II - comunidade quilombola Fotografias - Comunidade Mutum II - Arari - MA Development megaprojects Territorialities Corporate strategies Resistances Social cartography Ethnography Carajás Railway Vale S.A. Company Traditional communities Mutum II Community - Arari - MA Territorial conflict Social conflict Territorial conflict Mutum II - quilombola community Photographs - Mutum II Community - Arari - MA |
Aparece nas coleções: | Mestrado em Cartografia Social e Política da Amazônia - CCSA - Dissertações |
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DISSERTAÇÃO - JOANA EMMERIK SEABRA - PPGCSPA CCSA UEMA 2019.pdf | PDF A | 9.29 MB | Adobe PDF | Visualizar/Abrir |
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