Bactérias do gênero “Aeromonas” em ostras (Crassotrea rhizophorea) e água de cultivo: Caracterização bioquímica e molecular

Abstract

As bactérias do gênero Aeromonas são patógenos emergentes que podem ser isolados de vários meios aquáticos, podendo ser encontrada na água do mar, águas fluviais, água doce, águas subterrâneas e diversos produtos de origem animal. Com o objetivo de identificar bactérias do gênero Aeromonas, foram analisadas 60 amostras de ostras e 20 amostras de água, obtidas nos locais de cultivo e pesca de ostras, existentes nos municípios de Raposa e Humberto de Campos, Maranhão. Para isolamento do gênero Aeromonas foi utilizado o método convencional, segundo (HAVELAAR & VONK, 1988; MAJEED et al., 1990; SAAD et al., 1995), e a caracterização das espécies foi realizada através da chave de identificação Aerokey II (Carnahan et al., 1991). Após a caracterização bioquímica, os isolados de Aeromonas foram submetidos a análise molecular, através da técnica de PCR e RFLP-PCR do 16S rRNA (BORRELL et al., 1997). Foram identificadas 59 (98,3%) amostras de ostras e 15 (75%) amostras de água contaminadas por bactérias do gênero Aeromonas. Dos 74 isolados de Aeromonas spp. obtidos na análise bioquímica, 53 (71,62%) confirmaram a caracterização do gênero pela análise molecular. Quanto a identificação das espécies 59,3% e 40,6% dos isolados de Aeromonas sp. obtidos das amostras de ostra, foram classificados como A. hydrophila e A. caviae, respectivamente; e para os isolados obtidos das amostras de água, 60% foram classificados como A. hydrophila e 40% como A. caviae. A classificação através da RFLP-PCR 16S rRNA, mostrou padrões de bandas distintos dos propostos por BORRELL et al. (1997), resultado este que pode estar relacionado a grande heterogeneidade genética das bactérias do gênero Aeromonas, evidenciada principalmente em isolados de amostras ambientais. Foi observado neste estudo um grande número de amostras de ostras contaminadas com Aeromonas spp., podendo estas oferecerem risco à saúde dos consumidores, uma vez que são consumidas in natura e que as espécies identificadas na presente pesquisa já são reconhecidas como potencialmente patogênicas para o ser humano.