Efeito da progesterona e da prostaglandina em vacas nelore (Bos indicus) submetidas à IATF

Abstract

O presente estudo foi dividido em três experimentos: 1 (efeito da progesterona na taxa de concepção), 2 (efeito da luteólise precoce na dinâmica folicular) e 3 (efeito da luteólise precoce na taxa de concepção). No experimento 1 utilizaram-se 1006 vacas da raça Nelore (Bos indicus) subdivididas em quatro tratamentos de acordo com a categoria (lactantes vs. não lactantes cíclicas) e com o número de usos do dispositivo (novo vs. previamente utilizado 8 dias), em arranjo fatorial 2x2. Na ocasião da inserção (D0) do dispositivo de P4, todos os animas receberam 2mg de benzoato de estradiol. No dia oito (D8) todas as fêmeas foram tratados com 25mg de PGF2α, 1mg de cipionato de estradiol e 300UI de eCG. As taxas de concepção foram 152/294 (51,7%)a para lactantes/novo, 189/363 (52,1%)a para lactante/usado, 51/151 (33,8%)b para não lactante/novo e 91/198 (46,0%)a para não lactante/usado (P=0,0007). No experimento 2 (n=44) avaliou-se o efeito da antecipação da PGF2α/luteólise no protocolo de IATF sobre a dinâmica folicular de vacas Nelore cíclicas não lactantes. Com base no momento da administração de PGF2α formou-se 3 tratamentos (D0/8, D6 e D8). Assim, no tratamento D0/8, as vacas foram tratadas com 25mg de PGF2α na inserção e na remoção do dispositivo intravaginal de P4, no tratamento D6, a PGF2α foi administrada 48h antes da remoção do dispositivo, enquanto que no D8, a PGF2α foi administrada na remoção do dispositivo. Na ocasião da remoção dos dispositivos (D8) todas as vacas foram tratadas com 300UI de eCG e 1mg de cipionato de estradiol. Da inserção à remoção do dispositivo a dinâmica folicular foi monitorada por ultrasonografia a cada 24h. Do D9 até 96h após a remoção do dispositivo em intervalos de 12h. As amostras sangüíneas foram coletadas no D0, D3, D6, D7, D8, D9, D10 e D22 para avaliar as concentrações plasmáticas de P4 em cada tratamento hormonal. Houve superioridade significativa do tratamento D0/8 quando comparado ao D6 e D8 em relação à taxa de crescimento do FD da inserção a remoção do dispositivo (1,1±0,1a vs. 0,9±0,1b vs. 0,8±0,1b mm/dia, respectivamente), diâmetro do FS (4,9±0,3a vs. 4,0±0,2b vs. 4,1±0,2bmm), diâmetro do FD (6,6±0,2a vs. 5,7±0,1b vs. 5,9±0,2bmm). O diâmetro máximo do FD e da taxa de ovulação (TxOV) foram menores no tratamento D8 (8,1±0,7mm e 35,5±13,3%) quando comparado aos tratamentos D0/8 e D6 que não apresentaram diferença significativa entre si (9,9±0,3 vs. 9,7±0,4mm e 93,3±6,7 vs. 80,0±10,7%, respectivamente). Em resumo, a antecipação da luteólise permitiu o maior desenvolvimento folicular devido à menor concentração de P4 circulante durante o protocolo. No experimento 3 (n=342), adotou-se a mesma metodologia usada no experimento 2. Foi realizada US em 20% das fêmeas, as quais apresentaram taxa de ciclicidade de 99% (99/100), tendo sido consideradas uma amostra de fêmeas cíclicas. Não houve diferença significativa entre as taxas de concepção de vacas submetidas aos tratamentos D0/8, D6 ou D8 (59,3% vs. 63,4% vs. 60,6%, respectivamente; P>0,05). Assim, conclui-se que a diminuição dos níveis sanguíneos de progesterona exógena/endógena durante o protocolo de sincronização potencializa o crescimento folicular e a ovulação, pode tornar-se alternativa para otimizar os resultados de IATF.