Entre permanência e rupturas: a cidade em Sempre serás lembrada, de Josué Montello

Abstract

Objetivamos com o presente trabalho analisar a representação da cidade na dialética entre tradição e modernidade em Sempre serás lembrada (1999), de Josué Montello. Pensar a cidade significa atribuir-lhe sentido de existências humana, tais como trocas, movimentos, lembranças e dinamicidades. A memória, enquanto processo que ajuda a decifrar os elementos urbanos é articulada pelo sujeito, mas também provém dos marcadores de referências, que influenciam na capacidade dos mesmos em articular significados aparentemente ocultos. Nas cenas literárias do romance, São Luís aparece sendo configurada pelo passado, através das reminiscências dos personagens. No entanto, ela também se deixa saber pelos do desenvolvimento e da modernidade, seja através das novas construções físicas, seja pelas alterações dos quadros de vida dos exemplos humanos. Sendo assim, trazemos como aportes teóricos, Halbwachs (2006), Candau (2016), Santos (2015) no que se refere à memória, Giddens (1991), Berman (2077), Benjamim (1989), quanto à modernidade. Consideramos dentro do texto ainda a visão de Pesavento (2002), Calvino (1990) e Ferrara (1990) para nos ajudar a pensar a cidade. Pelas vozes dos personagens a conjuntura da urbe é testemunhada entre o peso do passado e o impulso do futuro: é a cidade dos azulejos e dos monumentos em contraste com aquela dos arranha-céus e das largas vias de acesso, como fatores de projeções que apontam para os indícios da metropolização