Utilização de ultrassonografia testicular em modo B como exame complementar na avaliação andrológica de reprodutores caprinos criados em clima tropical

Abstract

O objetivo deste estudo foi avaliar o uso do exame ultrassonográfico como exame complementar na avaliação do parênquima testicular no exame andrológico de bodes separados como reprodutores, comparando as imagens realizadas com o exame andrológico físico e espermático. Os dados foram obtidos após avaliação de 30 animais, provenientes dos municípios de São José de Ribamar, Raposa, São Luis e Itapecuru-Mirim, do Estado do Maranhão, separados em três grupos por faixa etária, sendo o grupo 1 (G1) composto por 10 animais com idade de até 18 meses e escore corporal (EC) médio de 2,70 ± 0,42, grupo 2 (G2) composto por 10 animais de 19 a 30 meses e EC médio de 2,95 ± 0,28, grupo 3 (G3) composto por 10 animais acima de 31 meses e EC médio de 2,85 ± 0,58. A avaliação testicular foi realizada em todos os animais sendo analisadas as médias da circunferência escrotal (G1 25,92cm ± 2,16; G2 27,04cm ± 3,51; G3 28,33cm ± 3,75); do comprimento testicular (G1 7,77cm ± 1,13; G2 8,85cm ± 2,11; G3 8,92cm ± 1,71); da largura testicular (G1 4,46cm ± 0,52; G2 5,30cm ± 0,78; G3 5,14cm ± 0,98) e do volume testicular (G1 249,60cm3 ± 84,20; 390,00cm3 ± 109,00; G3 401,00cm3 ± 205,00). O sêmen foi analisado de acordo com as normas do Colégio Brasileiro de Reprodução Animal (CBRA, 1998), sendo analisadas as médias do volume do ejaculado (G1 1,27ml ± 0,37; G2 1,37ml ± 0,50; G3 1,65ml ± 0,53), da motilidade (G1 70,00% ± 20,00; G2 58,50% ± 10,60; G3 66,00ml ± 14,50), do turbilhão (G1 2,80 ± 0,75; G2 2,90 ± 0,70; G3 3,20 ± 0,54), do vigor (G1 2,90 ± 0,39; G2 2,80 ± 0,63; G3 2,80 ± 0,68), da concentração (G1 1795x106 sptz/ml ± 806; G2 2011x106 sptz/ml ± 1962; G3 2886x106 sptz/ml ± 1352) e dos defeitos totais (G1 33,80%± 9,05; G2 25,90%± 8,80; G3 40,40%± 11,20). Houve diferença significativa (p<0,05) entre os grupos no parâmetro volume testicular e no parâmetro concentração espermática entre o G1 e G3. O volume testicular mostrou-se como parâmetro significativo para escolha de reprodutores. As imagens obtidas mostraram um parênquima hipoecóico em relação ao mediastino testicular conforme padrão já estabelecido em outras espécies, também foi observado que a avaliação ultrassonográfica do parênquima testicular pode mais eficaz que a palpação para diagnóstico de várias patologias. Após análise das imagens pelo programa ImageJ®, não houve diferença significativa (p<0,05) no padrão ecogênico entre os grupos,mostrando que o parênquima testicular apresenta-se com padrão hipoecóico nas diferentes idades.