Avaliação cardiorrespiratória em cadelas (Canis familiares) submetidas à infusão contínua com a associação de fentanil, cetamina e lidocaína com e sem adição de metadona sob anestesia com isofluorano

Abstract

No período trans-anestésico, as técnicas mais usadas são as de infusão contínua com associação, geralmente de um agente analgésico (opioide), um anestésico local e um anestésico dissociativo. Embora estas técnicas confiram analgesia adequada, para o período, elas carecem de maior ação para o período pósoperatório imediato, já que, pela farmacologia dos fármacos usados, esta propriedade seria difícil. Sendo assim, a busca por alternativas analgésicas de longa duração com a mínima ocorrência de efeitos cardiorrespiratórios indesejados é o grande motivador deste trabalho, tendo como principal objeto de estudo a utilização da metadona como uma alternativa, por se tratar um opioide de latência e duração prolongada, todavia pouco utilizada na prática anestésica diária devido à quantidade insuficiente de estudos que asseguram sua segurança quando esta é usada por via venosa e associada a outros agentes analgésicos e anestésicos. O trabalho objetivou-se avaliar as alterações cardiorrespiratórias proporcionadas pela adição de metadona à infusão contínua com lidocaína, cetamina e fentanil em cadelas submetidas a ovariosalpingohisterectomia sob anestesia com isofluorano, onde foram utilizadas 20 cadelas divididas em dois grupos aleatoriamente, onde o G1 com 10 cadelas sendo submetidas à infusão contínua de cetamina (10µg/kg/min), lidocaína (50ug/Kg/min), fentanil (0,03 ug/kg/min) e metadona (0,02mg/kg/min) e G2 que recebeu a mesma infusão sem a metadona, e durante todos os procedimentos os animais tiveram os seus parâmetros fisiológicos monitorados. Com relação à FC, PAS, PAD, PAM, FR, TC, SpO2 e aos traçados eletrocardiográficos, não foram observadas diferenças significativas entre grupos e momentos. Desta forma é possível concluir que a adição da metadona à infusão contínua com lidocaína, cetamina e fentanil em cadelas submetidas a ovariosalpingohisterectomia sob anestesia com isofluorano não provocou alterações cardiorrespiratórias e proporcionou incremento analgésico no período pós-operatório imediato.