Estratégias de resistência das quebradeiras de coco da região ecológica do babaçu: luta pelas políticas públicas educacionais e agrícolas

Abstract

O trabalho apresenta resultados colhidos durante quase dois anos de pesquisa, na qual estava inserida como observadora e estudante de Ciências Sociais, buscando conhecer e compreender as relações sociais, políticas, organizativas e econômicas que as quebradeiras de coco babaçu estão inseridas cotidianamente, portanto, seguindo alguns métodos e técnicas de pesquisa e de construção de monografias, recortei o meu olhar a uma questão, que nesse caso, é a luta das quebradeiras de coco babaçu para acessar as políticas públicas, afunilei os estudos em dois campos, as políticas educacionais e agrícolas. Dessa maneira procurei analisar criticamente três programas governamentais: o Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE, o Programa de Aquisição de Alimentos – PAA e a Política de Garantia do Preço Mínimo para os produtos da Sociobiodiversidade – PGPM-Bio, tais programas são construídos para concretizar as políticas no plano social. Nesse trabalho tratei sobre a construção das políticas públicas para compreendê-las como resultados de lutas dos movimentos sociais, enfatizei também a luta pelas políticas como uma forma de resistência das quebradeiras de coco para continuar exercendo suas práticas sociais de coleta e quebra do coco babaçu, nessa luta existem as reivindicações para que essas políticas públicas sejam melhoradas, pois existem determinadas exigências estabelecidas pelos dispositivos jurídicos dos programas, que dificultam o acesso e exclui algumas mulheres de participarem das políticas e programas do governo, como será discutido no texto.