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https://repositorio.uema.br/jspui/handle/123456789/3322
Título: | “E aí vumbora, vamo na luta”: territorialização contra hegemônica e resistências sociais das comunidades de Jambuca e Batista, Maranhão, Brasil |
Título(s) alternativo(s): | “And here we go, let’s fight”: territorialization against hegemony and resistance social networks of the communities of Jambuca and Batista, Maranhão, Brazil |
Autor(es): | Domingues, Lohanne Caroline Correia |
Orientador: | Burnett, Carlos Frederico Lago |
Membro da Banca: | Furtado, Marivânia Leonor Souza |
Membro da Banca: | Rodrigues, Jondison Cardoso |
Data do documento: | 2024 |
Editor: | Universidade Estadual do Maranhão |
Resumo: | Esta pesquisa objetiva identificar as estratégias de resistência e articulação política acionadas pelas comunidades tradicionais Jambuca e Batista em Campo de Perizes, Bacabeira, na defesa de suas territorialidades diante da dinâmica de avanço do Capital no Maranhão. A localização do município de Bacabeira, com rede de infraestruturas logísticas (rodovia BR-135, Estradas de Ferro Carajás e Transnordestina, linhas de transmissão de energia, Sistema Italuís) e proximidade com o Complexo Portuário do Itaqui, há muitos anos vem atraindo investimentos nacionais e internacionais ligados à exploração e produção mineral, atividades vinculadas ao agronegócio e a construções de grandes obras de infraestrutura que impulsionam a circulação e reprodução do Capital. O período demarcado como referência para a pesquisa é de 2016 a 2020, em que as primeiras ações coletivas de resistências e articulações políticas foram acionadas e continuaram se reproduzindo diante de ameaças constantes de remoção das comunidades tradicionais. O modelo de desenvolvimento no Brasil, pautado em atrair investimentos nacionais e internacionais que “modernizem” e tragam “progresso” ao país, carregado de contradições e desrespeito aos direitos sociais e étnicos, vem impactando diretamente diversos povos e comunidades tradicionais, esgotando recursos naturais, flexibilizando leis e interferindo em modos de reprodução social. Em tal contexto, Jambuca e Batista fazem parte de uma gama de comunidades tradicionais, em áreas rurais do Maranhão, que vivenciam impactos de grandes projetos de desenvolvimento e criam, de forma antagônica, movimentos de resistência em defesa de seus territórios e encontram, no ato de (r)existir, uma maneira de serem visibilizados para além da ideologia de vazios demográficos. O método adotado para a análise de tais processos tem base no materialismo histórico-dialético (MARX, 2008), pois parte do pressuposto de que a realidade concreta não se apresenta verdadeiramente como é, mas de forma abstrata, sendo o concreto síntese de diversas determinações. A concepção teóricometodológica da pesquisa combina proposições de Smith (1988a, 1988b) e Harvey (2005, 2014), a respeito da produção capitalista do espaço, apoiando-se em estudos decoloniais de Escobar (2014), Porto-Gonçalves (2012) e Quijano (2002), identidades rurais e territorialidades de Little (2004), Candido (2017), Haesbaert (2007) e Woortmann (1981), bem como processos de resistência social de grupos despossuídos discutidos em Scott (2013), Castells (2018) e Laclau e Mouffe (2015). A dissertação contempla pesquisa bibliográfica, complementada com estudos de caso em publicações científicas e especificada com pesquisa documental oficial e mídias eletrônicas, e a pesquisa direta, efetivada através de visitas e estudo de campo, em que se buscou a caracterização socioespacial das comunidades, com a identificação do território pelos próprios moradores na produção de mapas coletivos, levantamentos fotográficos e entrevistas com moradores, agentes sociais e gestores públicos envolvidos direta ou indiretamente no conflito pela terra. Os resultados da pesquisa apontam que, mesmo em condições desfavoráveis na correlação de forças na luta pelo território, as ações de resistência e as articulações políticas ocorrem a partir do próprio movimento interno de organização das comunidades de Jambuca e Batista, que usam e buscam múltiplas formas para isso acontecer. O repertório de enfrentamento fica evidente diante de uma militância interna, resultante de ações cotidianas, que procuram envolver e comprometer os moradores na defesa de suas territorialidades |
Resumo: | This research aims to identify the strategies of resistance and political articulation used by the traditional communities Jambuca and Batista in Campo de Perizes, Bacabeira, in the defense of their territoriality in the face of the dynamics of Capital advance in Maranhão. The location of the municipality of Bacabeira, with its logistic infrastructure network (BR-135 highway, Carajás and Transnordestina Railways, power transmission lines, Italuís System) and proximity to the Itaqui Port Complex, have for many years attracted national and international investments linked to mineral exploration and production, activities related to agribusiness and the construction of large infrastructure works that boost the circulation and reproduction of Capital. The period demarcated as a reference for the research is from 2016 to 2020, where the first collective actions of resistance and political articulations were triggered and continued to reproduce in the face of constant threats of removal of traditional communities. The development model in Brazil, based on attracting national and international investments that “modernize” and bring “progress” to the country, full of contradictions and disrespect for social and ethnic rights, has been directly impacting several traditional peoples and communities, depleting natural resources, flexibilizing laws, and interfering in modes of social reproduction. In this context, Jambuca and Batista are part of a range of traditional communities in rural areas of Maranhão that experience impacts from large development projects and create, antagonistically, resistance movements in defense of their territories and find, in the act of (r)existing, a way to be visible beyond the ideology of demographic gaps. The method adopted for the analysis of such processes is based on dialectical historical materialism (MARX, 2008), since it assumes that the concrete reality does not present itself truly as it is, but in an abstract way, being the concrete a synthesis of several determinations. The theoretical-methodological conception of the research combines propositions by Smith (1988a, 1988b), Harvey (2005, 2014) regarding the capitalist production of space, relying on decolonial studies by Escobar (2014), Porto-Gonçalves (2012) and Quijano (2002), rural identities and territorialities by Little (2004), Candido (2017), Haesbaert (2007), and Woortmann (1981), as well as social resistance processes of dispossessed groups discussed in Scott (2013), Castells (2018), and Laclau and Mouffe (2015). The dissertation contemplates bibliographic research, complemented with case studies in scientific publications and specified with official documentary research and electronic media, and the direct research, effected through visits and field study, sought the socio-spatial characterization of the communities, with the identification of the territory by the residents themselves in the production of collective maps, photographic surveys and interviews with residents, social agents and public managers involved directly or indirectly in the conflict for land. The results of the research indicate that, even under unfavorable conditions in the correlation of forces in the struggle for territory, the actions of resistance and political articulations occur from the internal organizational movement of the communities of Jambuca and Batista, which use and seek multiple ways of doing this. The repertoire of confrontation is evident in an internal militancy, resulting from daily actions, which seek to involve and commit residents in the defense of their territoriality. Keywords: capitalist development; territoriality; resistance |
Palavras-chave: | Desenvolvimento capitalista Territorialidade Resistência Campo de Perizes - Maranhão |
Aparece nas coleções: | Mestrado em Desenvolvimento Socioespacial e Regional - CCSA - Dissertações |
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DISSERTAÇÃO - LOHANNE CAROLINE CORREIA DOMINGUES - PPDSR CCSA UEMA 2022 (1).pdf | PDF A | 5.88 MB | Adobe PDF | Visualizar/Abrir |
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