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Título: Ostras do gênero Crassostrea como bioindicadores de poluição aquática na Ilha de São Luís – MA
Autor(es): Ribeiro, Eliane Braga
Data do documento: 2015-02-27
Editor: UEMA
Resumo: O presente estudo teve como objetivo utilizar biomarcadores bioquímicos associados à análise microbiológica para avaliar ostras do gênero Crassostrea como indicador de poluição aquática, além de analisar a qualidade microbiológica da água e questões socioeconômicas e higienicossanitárias sobre os marisqueiros de ostras. Para tanto, foram analisadas no período de dezembro de 2013 a janeiro de 2015, 64 amostras de água dos locais de extração de ostras e 64 amostras de ostras do gênero Crassostrea coletadas em municípios da Ilha de São Luís - MA para quantificação da atividade enzimática dos biomarcadores bioquímicos glutationa-stransferase (GST) e catalase (CAT) por meio de espectrofotometria. Para avaliação da qualidade higienicossanitária das ostras foram utilizados métodos analíticos oficiais para determinação do Número Mais Provável - NMP de Coliformes totais e termotolerantes, quantificação de bactérias aeróbias mesófilas e pesquisa de Aeromonas spp. Para a determinação de Coliformes totais e E. coli nas amostras de água foi utilizada a técnica do substrato enzimático cromogênico e fluorogênico ONPG/MUG. Paralelamente, foram entrevistados 19 marisqueiros utilizando-se questionário semiestruturado abordando questões socioeconômicas e de percepção higienicossanitária. Os resultados indicaram que no período chuvoso e de estiagem a atividade da enzima glutationa s-transferase foi maior nas ostras do Porto do Cumbique. Enquanto para as ostras da área do Porto do Pau Deitado, essa atividade foi quase nula no período chuvoso. Para a atividade da enzima catalase os maiores níveis ocorreram nas ostras do Porto do Cumbique, nos dois períodos (chuvoso e estiagem), Cais da Raposa no período chuvoso, seguido de Porto do Braga no período de estiagem. Em relação a água, 100% das amostras analisadas, em ambos os períodos, apresentaram contaminação por Coliformes totais (Ct) e E. coli, 69% das amostras de ostras apresentaram Ct, 47% Coliformes termotolerantes (CT) e 8,33% de E. coli no período chuvoso. Enquanto no período de estiagem 57% das ostras apresentaram Ct, 39% CT e 21,42% E. coli. Além disso, 47% das amostras de ostras estavam contaminadas por bactérias do gênero Aeromonas, sendo todas confirmadas para a espécie A. hydrophila. As contagens de bactérias heterotróficas mesófilas variaram de 8 x 102 ± 6 x 102 a 2,8 x 104 ± 4,7 x 104 . Quanto a aplicação dos questionários observou-se que os marisqueiros pertenciam exclusivamente ao sexo masculino com média estimada de 33 anos de idade, sendo a maior parte proveniente de outros municípios maranhenses que não fazem parte da Ilha de São Luís. A maioria possui ensino fundamental incompleto, são casados ou possuem união estável. Possuem pouca noção sobre os cuidados higiênicos que devem ser adotados para a comercialização das ostras. Os dados obtidos sugerem que a alteração da atividade enzimática da glutationa s-transferase nas ostras analisadas é um indicativo de efeito adverso de contaminantes carreados para os corpos hídricos na Ilha de São Luís, principalmente na área do Porto do Pau Deitado. Essas ostras estão com a qualidade higienicossanitária inadequada para o consumo e podem ser um importante veículo de patógenos de origem alimentar, como A. hydrophila e E. coli. A água dos locais de coleta de ostras está dentro dos padrões microbiológicos estabelecidos pela legislação vigente. A atividade extrativista de coleta de ostra representa uma importante fonte de renda para a comunidade, entretanto é realizada sem recursos tecnológicos e por método artesanal.
Palavras-chave: Molusco bivalve
Biomarcadores
Marisqueiros
Qualidade microbiológica
Aparece nas coleções:Mestrado em Ciência Animal - CCA - Dissertações

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