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Título: Entre Angola e Portugal: uma análise do romance Esse cabelo, de Djaimilia Pereira de Almieda, sob a ótica do feminismo negro
Autor(es): Gonçalves, Rute Lages
Data do documento: 2022-02-25
Editor: UEMA
Resumo: O romance Esse cabelo: a tragicomédia de um cabelo crespo que cruza fronteiras (2017), da escritora luso angolana Djaimilia Pereira de Almeida, veicula temas atuais pertinentes ao estudo de gênero, raça e cultura dentro da literatura. Pensando nisso, a presente pesquisa objetiva evidenciar as marcas do feminismo negro nas análises da postura e discurso da personagem Mila, como mulher negra, demonstrando como o romance marca um período em que a escrita literária, produzida por mulheres negras na atualidade, possui um traço decolonial, constituindo para além de produção artística, ação política rumo a justiça social. A análise da obra sob a ótica do feminismo negro fez uso das teóricas de Hooks (1980), Collins (2019), Davis (2013), Ribeiro (2015), pois compreende os processos identitários de uma mulher negra, representados pela personagem numa sociedade de classes; as teorias de Hall (2018), Fanon (2020), Bhabha (2013) que versam sobre a compreensão de negritude e os processos das identidades fragmentadas na contemporaneidade. Além disso, contou também com as teorias de Matta (2014) acerca da constituição da escrita de fronteira refletida na produção literária de mulheres que enfrentaram o processo da diáspora, no caso da personagem Mila, o trânsito diaspórico entre Angola e Portugal. O estudo desta obra mostra como a literatura representa o mundo e não é composta apenas de matéria formal e estética, mas é também orientada por ideologias. O discurso literário tem a capacidade de evidenciar as transformações sociais que ocorrem no mundo, ao passo que, também, influencia novas mudanças. Neste sentido, é perceptível o que vem ocorrendo nas literaturas contemporâneas femininas negras que levam a ancoragens conscientes ou, por vezes, inconscientes, pelo movimento feminista negro. Um perfil de escrita que revoluciona, denuncia e convida para um novo tempo, em que grupos silenciados podem tomar a voz nas escritas que delineiam um espaço de tomada de consciência e cede espaço para discursos literários que suscitem mudanças nas estruturas sociais
Palavras-chave: Escrita de fronteira
Feminismo negro
Discurso literário
Mulheres negras
Djaimilia Pereira de Almeida
Aparece nas coleções:Mestrado em Letras - CECEN - Dissertações

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