Aspectos gerais da doma em equinos do grupamento genético baixadeiro

Abstract

Considera-se como doma a utilização de diversas técnicas para que o cavalo deixe de ser um animal indomado e aceite que o homem o monte e o guie. O principal objetivo da doma nos equídeos é fazer com que o animal aceite normalmente o contato e os comandos do homem. Existe dois tipos de doma, a doma tradicional que utiliza de medo e força para dominar o animal e a doma racional que leva em consideração a lei de bem-estar animal (BEA). Visto isso, esse estudo teve o intuito de entender como o processo de doma do cavalo Baixadeiro é realizado na região da Baixada Maranhense, afim de aferir se os protocolos de BEA são utilizados durante esse processo. Para isso, os dados foram coletados através da aplicação de questionário semiestruturados e acompanhamento da doma de um cavalo xucro. A pesquisa contou com 25 respondentes, todos do sexo masculino e baixa escolaridade. As respostas dos entrevistados demonstraram que a doma ocorre de maneira brutal, com idade de monta de 2,5 anos, inferior ao recomendado que é de no mínimo 3 anos. O ambiente em que esses procedimentos são realizados é aberto e não oferece segurança para o animal e nem para o domador, que também não faz uso de equipamentos de proteção individual. A monta é realizada dentro da água para evitar que o cavalo pule e amortecer o impacto caso o domador caia, além disso, essa etapa ocorre em cerca de 7 dias do primeiro contato. No município de Pinheiro, Baixada Maranhense, há o predomínio da doma tradicional para o uso das funções produtivas dos equinos. Essa realidade pressupõe a necessidade imediata de iniciativas direcionadas à capacitação de mão de obra qualificada na região, embasada nos princípios de bem estar animal, com a adoção de técnicas racionais já consolidadas no processo de doma equina