Percepção das gestantes frente à sexualidade no período gestacional

Abstract

A resposta sexual envolve ciclos que ao sofrerem alterações podem acarretar em disfunções sexuais que podem afetar negativamente a qualidade de vida da mulher, evidenciando que a sexualidade está diretamente ligada a saúde. Devido todas as alterações que ocorrem na gestação, essas mulheres são mais suscetíveis a esses transtornos. O objetivo deste trabalho foi identificar a influência da gravidez sobre o comportamento sexual feminino. Trata-se de um estudo de abordagem qualitativa, de caráter exploratório e descritivo, executado no município de Coroatá-MA com 13 gestantes que realizavam pré-natal na Unidade Básica de Saúde Trizidela I. A coleta de dados se deu por meio de uma entrevista semiestrutrada, e análise através software IRAMUTEQ. Os resultados encontrados através da análise de similitude mostraram os léxicos com mais frequência e que estavam ligados, evidenciando que houve alterações na gravidez que tiveram influência negativa na vida sexual das depoentes, como a percepção de perigo ao relacionar-se sexualmente e que a sintomatologia da gestação alterou a função sexual. A classificação hierárquica descendentes mostrou que os mitos ainda têm forte influência na vivência gestacional, sendo o mais acreditado a mitologia de que o sexo irá prejudicar o bebê, fazendo com que a frequência sexual seja diminuída e até anulado, causando frustação no relacionamento. Outro ponto que foi evidenciado nos resultados, refere-se que as disfunções sexuais femininas mais prevalentes na gestação que foram o desejo hipoativo diminuído e a anargosmia, sendo relacionado com a sintomatologia apresentada na gestação onde as mais relatadas foram os enjoos e dores, dado que está correlacionado ao risco de desenvolver disfunções sexuais. Outros preditores de problemas sexuais, observados se deram ao fato das mulheres não saberem do que se trata sexualidade e também, a não abordagem da temática nas consultas de pré-natal da enfermagem, revelando que há uma falha no atendimento integral à saúde da mulher. Conclui-se que o comportamento sexual da gestante é alterado conforme a evolução do período gravídico, e que faz-se necessário maior interesse e capacitação dos profissionais para abordar a saúde sexual.