Recursos alimentares para suínos localmente adaptados criados extensivamente na baixada maranhense: botânica, composição química e disponibilidade

Abstract

A pesquisa teve como objetivo estudar as principais fontes de recursos alimentares utilizados por suínos nativos, criados extensivamente nos municípios de São Bento e Bacurituba pertencentes à Baixada Maranhense, contemplando a identificação botânica, análise da composição química e a disponibilidade desses recursos conforme as estações do ano. O estudo teve duração de doze meses. Nesse período foram catalogados os recursos forrageiros de importância na alimentação dos suínos que, após coleta foram transportados respectivamente, para os laboratórios de Nutrição Animal e Botânica da Universidade Estadual do Maranhão - UEMA, onde foram processadas para a análise química e identificação botânica. A composição bromatológica foi determinada pelo Sistema de Análise de Weende para os teores de Matéria Seca (MS), Matéria Orgânica (MO); Material Mineral (MM), Proteína Bruta (PB), Fibra Detergente Ácido (FDA), Fibra Detergente Neutro (FDN). Os níveis de cálcio (Ca) foram obtidos pela técnica de Espectrometria de Absorção Atômica com Chama, enquanto os níveis de fósforo (P) foram extraídos pela técnica de Fosfatos por Titulação (IAL, 2008). A identificação botânica do material vegetal (folhas, flores e frutos) foi realizada, por meios de chaves analíticas específicas. Foram identificadas nove espécies vegetais de importância na alimentação dos suínos. Cinco espécies têm ocorrência no período seco: Folha do Campo (Thalia geniculata), Junco de Esteira (Cyperus giganteus), Junco Roliço (Cyperus articulatus), Junco de Três Quinas (Eleocharis ancutangula), Tripa de Vaca (Neptunia plena), e quatro no período chuvoso: Aguapé de Leite (Sagittaria guyanensis), Aguapé Roxo (Nymphaea amazonum), Cebola (Pontederia cordata), Arroz Nativo (Echinochloa colona). As análises bromatológicas indicaram que os recursos alimentares disponíveis para os suínos localmente adaptados criados extensivamente nos municípios de São Bento e Bacurituba apresentaram valores nutricionais inferiores aos níveis de exigências para a espécie em função dos elevados teores de fibra e baixos níveis de proteína (Rostagno et. 2005). Os recursos alimentares que constituem a dieta básica dos suínos localmente adaptados ao modelo de criação praticado nos campos naturais da Baixada Maranhense, constituem-se tão somente como alimentos de mantença, não suprindo as exigências dos animais nas diferentes fases do ciclo de criação.