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O cinema e as múltiplas representações sobre o indígena

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            A partir da ideia de pensar o uso da linguagem cinematográfica como meio de abordar o ensino de história e cultura indígena em sala de aula, faremos nessa postagens alguns apontamentos em termos de comparação, entre algumas representações feitas acerca das identidades indígenas na América pelo olhar estrangeiro em comparação com o filme objeto de nossa pesquisa, "O Abraço da Serpente" (20016).                  O  eixo narrativo da obra, nos parece ser a ideia da colonialidade do saber/poder em decurso a partir do processo de colonial que põe em confronto um processo de construção do conhecimento ocidental, cartesiano, objetivo, pragmático e universal e o conhecimento gerado pelo processo subjetivo, delirante, intuitivo e sensitivo dos povos indígenas amazônicos.                Tal embate perpassa toda a extensão do filme, sendo sempre acionado, seja como principal assunto na cena, seja como pano de fundo de outras discussões.   Fazemos então uma leitura sobre

Links Úteis para fins didáticos

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          Nesta seção sugerimos uma série de links úteis de vídeos, textos, sites e blogs que abordam a temática indígena e que podem auxiliar o professor a trabalhar o ensino de história e cultura indígena em sala de aula.  Canais de Youtube Canal Wariu: é um canal produzido pelo jovem Cristian Wari'u Tseremey'wa, indígena Xavante de descendência Guarani que há mais ou menos 1 ano teve a ideia de contar, por meio de vídeos, as dificuldades de ser um jovem indígena convivendo com a sociedade nacional no século XXI. Wari'u produz sobre vários assuntos como o porquê do uso da pintura e modificação corporal, etapas e rituais do cotidiano Xavante e também produz a cobertura de eventos e reuniões de sua comunidade. Além do canal no canal de vídeos youtube, Wari'u também desenvolveu um blog de mesmo nome que, além dos vídeos também anexa artigos.  Link do canal no youtube:  https://www.youtube.com/channel/UCZFj_5-VLQRddUKouwCSpbA Link do site Wari

Indígenas, quem são eles?

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          Dando continuidade à reflexão acerca de quem é o sujeito indígena brasileiro, trouxemos aqui alguns vídeos que debatem acerca da diversidade cultural e étnica dos diversos povos indígenas no Brasil e também uma importante reflexão sobre tais identidades na contemporaneidade. Essas produções são um ótimo material a ser utilizado pelo professor para trabalhar o ensino da temática indígena em sala de aula.            Iniciaremos com o primeiro de uma série de 10 vídeos produzidos pelo TV Escola, um canal de televisão educacional público do Ministério da Educação, destinada aos professores, educadores, alunos e a todos interessados em aprender. Nele, através de uma linguagem documental, confrontar como "índios" e "brancos" confrontam suas identidades.             Os outros 9 videos podem ser assistidos on line no link do TV Escola: https://api.tvescola.org.br/tve/videoteca/serie/indios-no-brasil

Cineclube O Abraço da Serpente

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           No dia 05 de junho de 2018 será promovido, pelo Núcleo de Historiografias e Linguagens (NEHSLIN), grupo de estudos do Curso de História da Universidade Estadual do Maranhão, coordenado pelo Professor Dr. José Henrique de Paula Borralho, o CINECLUBE NEHSLIN com a exibição do filme O Abraço da Serpente. A proposta do cineclube será promover um debate entre a comunidade acadêmica, professores da rede pública e privada e público em geral sobre as possibilidades do uso do cinema para o ensino de história e cultura indígena.                Ao final da exibição será realizado um debate acerca das impressões acerca do filme e troca de experiências entre público e professores no qual serão apontados as dificuldades e limitações quanto ao uso do cinema em sala de aula, bem como do trabalho com a temática indígena mediante a obrigatoriedade da mesma com a promulgação da lei 11.645/2008. 

Por que "Cobra Grande"?

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          Alguns devem estar se perguntando do porquê do nome do blog ser "Cobra Grande". Bem, essa escolha se deu a partir da escolha de se trabalhar o ensino de história e cultura indígena através do cinema ao assistir, no ano de 2017 ao filme O Abraço da Serpente (2016) do diretor colombiano Ciro Guerra. Esse filme tem como elemento principal da narrativa , o mito da anaconda ancestral, uma grande cobra que teria, a partir do surgimento dos primeiros seres humanos espíritos, levado e dispersado a humanidade em ordem hierárquica, pelos territórios dos rios Negro e Vaupés no noroeste amazônico.  Esse mito de origem é comum a diversas etnias do noroeste amazônico e diz respeito a uma anaconda ancestral (de variadas nomenclaturas, a depender do grupo a narrá-lo: cobra canoa, cobra grande, canoa da transformação, sucuriju ou anaconda ancestral) teria descido da via láctea através da “porta da água” com toda a humanidade em seu corpo e, ao alcançar a cachoeira de Ipanoré, no

Os usos da imagem e a temática indígena no ensino da História

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Os registro visuais, enquanto documentos históricos - como qualquer outro documento produzido pelo homem - pressupõem uma acurada interpretação de seus contextos sociais de produção e dos códigos e símbolos inerentes aos mesmos. Quando se fala, ao trabalhar com documentos escritos, dos ditos e não-ditos inscritos nos textos, fala-se das escolhas de exposição e silenciamento realizadas por seus produtores. Na mesma medida, os registros audiovisuais encerram escolhas realizadas por quem opera os equipamentos técnicos que vão desde as formas de enquadramento do que se quer registrar, até os aspectos ou modelos que se quer deixar registrado. São os códigos, significados e propósitos inerentes às escolhas do autor, que estão diretamente relacionados ao seu lugar contexto social de seu tempo, os ingredientes que possibilitam a análise imagética enquanto documento histórico.  Nesse sentido, tanto os registros visuais que se propõem documentais quanto aqueles que, contrariamente valorizam

Quem é o sujeito indígena? (parte 2)

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Indígenas brasileiros: quem são, quantos são, onde vivem. Populações indígenas pré-cabralinas: estimativas apontavam para uma população em torno de 2milhões e 400mil e 8milhões e 500mil; Cálculo das populações indígenas atuais: dados diferenciados entre as primeiras análises do antropólogo Darcy Ribeiro em meados dos anos 50→estimativas entre 68 mil e 99 mil indivíduos; Os estudos do antropólogo denotava perspectivas pessimistas e apontavam para um futuro de decréscimo e dizimação para as diversas etnias indígenas brasileiras; Ao contrário do que diagnosticava as estimativas numéricas do antropólogo em 1950, os números relativos à população e grupos indígenas cresceram a despeito das perspectivas negativas, algumas das razões seriam: * Relativo controle de determinadas doenças antes desconhecidas pelas comunidades; * Reconhecimento de determinados grupos que antes se tinha como extintos; * Grupos desconhecidos ou isolados que por algum motivo acabaram por ser contactado