As queimadas frequentes e o carbono preto na periferia leste da Amazônia: quantificação analítica e acúmulo no solo.

Abstract

A escolha de um método eficaz com características de baixo custo e de fácil aplicação para a maioria dos laboratórios, principalmente em áreas com diferentes históricos de uso, intensidade e frequência do fogo, como os solos tropicais, é de grande interesse. é difícil comparar as estimativas existentes sobre as quantidades de carbono preto devido este ser obtido por diferentes métodos. O objetivo deste estudo foi verificar a utilidade do método descrito por Kurth et al. (2006), para a estimativa da concentração de carbono preto em perfis do solo entre 0 a 1 metro de profundidade em ecossistemas contrastantes na Amazônia Oriental com diferentes históricos de uso e frequência de fogo. O experimento foi realizado em áreas compreendendo quatro capoeiras baixas (4-7 anos), quatro capoeiras médias (11-15 anos), duas capoeiras altas (20-40 anos), cinco florestas primária e um pasto, concentrados em 4 ‗núcleos‘ no norte do Maranhão e sul do Pará. O uso do fogo possui efeito significativo apenas na primeira camada dos solos amostrados. Os núcleos apresentam variação textural com o aumento da profundidade, o que implica na variação da densidade aparente do solo. Os maiores valores de densidade do solo favorecem a incorporação parcial do carbono preto na fração do complexo organo-mineral com proteção realizada pela argila. O teor de argila e a densidade podem contribuir para que o método Kurth et al (2006) tenha sua eficiência reduzida, com maior precisão para solos com maiores concentrações de carbono preto (>2%) e sem variação textural no perfil amostrado.